Giovanni Guido Cerri
|
|
|
É consenso entre os gestores da saúde pública de que urge, em todo o Brasil, um programa integrado de assistência à dependência química. No Estado foram criados, nos últimos anos, cerca de 400 leitos de internação de dependentes em álcool, crack e outras drogas, como alternativa terapêutica complementar ao acompanhamento ambulatorial realizado nos Caps - Centros de Atenção Psicossocial. A proposta do governo estadual é dobrar este número até 2012. Uma questão particular e especialmente preocupante, nesta área, é o início cada vez mais precoce do consumo de bebidas alcoólicas entre crianças e adolescentes. Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que 80% dos pacientes em tratamento de alcoolismo no Cratod - Centro de Referência em Tratamento de Álcool, Tabaco e outras Drogas), na capital paulista, deram o primeiro gole antes dos 18 anos, parte deles muito jovens, com 11 ou 12 anos. O consumo de álcool, tolerado na sociedade, é na verdade uma bomba relógio com efeito retardado. Parte das pessoas que começam a beber na infância e na juventude torna-se, mais tarde, abusadora dessas substâncias. Daí para a dependência química é um passo. Trata-se de uma verdadeira “batalha pela vida”, que o Estado se propõe a enfrentar por meio do recém-lançado Plano Estadual de Combate ao Álcool na Infância e Adolescência, que conta com o apoio do Ministério Público de São Paulo e representantes da indústria, bares, supermercados e restaurantes.
Giovanni Guido Cerri, médico e professor da Faculdade de Medicina da USP, é secretário da Saúde do Estado de São Paulo
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário